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Imagem coletada da Internet. |
Queria registrar,
primeiramente, a quantidade de erros que as pesquisas eleitorais,
principalmente as referentes a Governadores, tiveram esse ano.
Diferenças grotescas até mesmo na famosa pesquisa de boca de urna.
O caso mais grave
foi no RS. Na pesquisa de véspera às eleições do dia 5, feita
por certo instituto, Tarso Genro (PT) aparecia na liderança com 35% das
intenções; Ana Amélia (PP) aparecia em segundo lugar, com 27% e
Jose Ivo Sartori (PMDB) em terceiro com 20%. Um dia após, a boca de
urna apontou um empate técnico na disputa pelo segundo turno com
Tarso Genro. O petista apareceu com 36% e José Ivo e Ana Amélia,
com 29% e 26% respectivamente. Porém a apuração dos votos mostrou
um cenário completamente diferente:
1º) José Ivo
Sartori: 40,40%;
2º) Tarso Genro:
32,57%;
3º) Ana Amélia:
21,79%.
Outra diferença
gritante foi no Rio de Janeiro. A pesquisa de véspera, apontava um
segundo turno entre Pezão (PMDB) e Garotinho (PR). O peemedebista
aparecia com 31%, Garotinho com 23% e Marcelo Crivella (PRB) tinha
17% das menções.. Com relação aos votos válidos, os candidatos
tinham, respectivamente, 37%, 27% e 20%. Para surpresa de todos,
Garotinho ficou de fora do segundo turno, com Crivella conseguindo a
vaga. Resultado oficial:
1º) Pezão: 40,57%;
2º) Crivella:
20,26%%;
3º) Garotinho:
19,73%.
Na Bahia, uma pesquisa de véspera, apontou Paulo Souto (DEM) e Rui Costa (PT)
empatados com 46% dos válidos, cada um. O resultado foi:
1º) Rui Costa:
54,53%;
2º) Paulo Souto:
37,39%.
Essas e outras
discrepâncias apontam que muitos eleitores mudam de opinião na urna
ou são as pesquisas que podem ter sido prejudicadas por critérios
estatísticos equivocados? Impossível responder. Ao menos, temos a
prova que não podemos confiar plenamente em resultados de pesquisas.
Enfim, estatísticas
a parte, vamos ao meu raio-x dos resultados.
No Estado de São
Paulo, a maioria esmagadora reelegeu Alckmin em 1º turno, sequer
dando chance a um debate e análise mais profundos para um 2º turno.
Será que o governo do PSDB está tão maravilhoso e os problemas
inexistentes para termos esse resultado? A resposta é não. O
problema da falta d'água não é apenas por causa da falta de
chuvas. Há anos o governo do Estado foi alertado para a
possibilidade disso ocorrer. O que foi feito? Nada. A população no
Estado vem crescendo em larga escala e nada também foi feito para
ampliar a captação/tratamento de água. A equação é simples:
estiagem + falta de planejamento = caos. Fora isso, temos problemas
com obras paradas, denúncias sobre formação de cartel nas obras do
metrô, segurança pública ineficiente (crescente número de
homicídios, furtos e roubos) e fechamento de mais de 1.300 leitos do
SUS no Estado, no período de 2010 a 2013¹. Uma pesquisa recente do
Instituto Datafolha apontou que 48% dos paulistas aprovam o governo
do tucano. O resultado das eleições demonstra que quase 10% dos
eleitores votaram no peessedebista mesmo não estando satisfeito com
o mesmo. A resposta para isso vemos nas redes sociais. Pensamentos
como “tudo menos o PT” refletem muito a respeito da ignorância
política de nosso povo, que não quer enxergar que a política
brasileira não se resume apenas ao PT e PSDB com suas respectivas
alianças. Desconhecem e fazem questão de ignorar partidos menores.
Vejo paulistas criticando os eleitores do Nordeste como se tivessem
moral para isso, ainda mais se consideramos os deputados federais
eleitos pelo Estado: Tiririca, que é uma boa pessoa, mas não tem
capacidade política, ficou com mais 1 milhão de votos (voto burro
de protesto); a eleição de religiosos fundamentalistas alerta para
uma corrente perigosa à laicidade do país; e pela pouquíssima,
quase inexistente, renovação idealista do Congresso. É
assustadora a quantidade de pessoas que votam só porque um líder
religioso pediu para votar em candidato x, ou que pegam um santinho
no chão e usam como cola, ou votam devido o número eleitoral ser
facilmente memorizável… Se fizermos então um levantamento de quem
acompanha o candidato em que votou, creio teremos cerca de 98% de
respostas negativas. Aliás, ano que vem se sairmos perguntando em
quem as pessoas votaram para os cargos de deputado, a grande maioria
nem se lembrará. A imaturidade política é um problema nacional e
não regional.
Essas eleições
mostraram que a maioria dos cidadãos que saíram às ruas em 2013
foram apenas por entrarem na “onda”, sem qualquer compromisso com
a política brasileira. A principal ferramenta de protesto, o voto,
não foi utilizada. O gigante não acordou. Continua dormindo em sua
zona de conforto. As pequenas militâncias precisarão manter suas
lutas, pois a esperança é a última de morre, mesmo estando na UTI
em estado grave.
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