16/02/2015

Qual o preço da felicidade?


A palavra felicidade é muito empregada por todos nós. Diariamente almejamos essa felicidade nos mais diferentes setores da vida: no trabalho, na família, na vida amorosa, no relacionamento com amigos, etc. Nas redes sociais é comum encontrarmos pessoas que compartilham mensagens abordando esse sonho da felicidade. A questão que quero colocar em pauta com o texto é; será que existe felicidade plena?

Para começar, é necessário ter noção que a felicidade é um conceito relativo. Vamos analisar os relacionamentos amorosos, por exemplo: a felicidade, para uma pessoa, pode consistir numa relação onde não existam brigas e discussões,  já para outra, brigas e discussões podem ser encaradas como normais, não interferindo no que ela considera felicidade. No campo do trabalho, para uma pessoa a felicidade consiste em fazer o que gosta e para outra, em ganhar um alto salário, independentemente de fazer ou não o que gosta.

Entretanto, mesmo com essa relatividade conceitual, pode-se afirmar que não existe felicidade plena. O sentimento de felicidade não é algo constante por sofrer as ações do tempo. A felicidade amorosa, por exemplo nunca é eterna. Em alguns casos pode durar mais e em outros, menos. As histórias amorosas dos contos de fadas, filmes e novelas que falam de pessoas que "viveram felizes para sempre" não condizem com o mundo real, mas sim apenas da idealização de um "sonho". A felicidade no trabalho pode chegar ao fim com a chegada de um novo colega, da troca do chefe, ou simplesmente pelo estresse e pela perda do prazer em uma atividade que antes era a ideal para a pessoa.

Sem contar que felicidade plena envolve o fato de uma pessoas estar feliz com tudo o que existe e acontece em sua volta. Uma pessoa pode estar vivendo a felicidade no campo amoroso e no trabalho, mas não no relacionamento com o irmão. É também difícil que uma pessoa possa estar feliz considerando a fome, a miséria, a destruição da natureza, guerras e todos os demais fatores sociais do mundo.

O mundo e as pessoas não são perfeitos. Os sentimentos humanos são complexos. A interferência do tempo é inevitável. O mundo está em constantes transformações, assim como nosso intelecto e sentimentos. A busca por uma "vida feliz" não passa de uma utopia e que faz muitas pessoas se perderem dentro de si mesmas, impedindo a absorção do que realmente acontece às suas voltas e a busca pelo conhecimento. Com o advento da globalização, a "vida feliz" virou de vez uma mercadoria a ser vendida por um preço amargo. A falsa ideia de que para ser feliz é necessário se ter mais e mais poder financeiro para a aquisição de bens materiais está adoecendo o ser humano e virando um fator de alto lucro aos burgueses. Quanto menos poder aquisitivo tem uma pessoa, mais ela tende a submeter a essa materialização da felicidade e se tornar uma marionete nas mãos dos capitalistas.