23/12/2014

O porquê de Lucy ser melhor que Interestelar.

ATENÇÃO: O TEXTO ABAIXO CONTÉM SPOILERS DE AMBOS OS FILMES!


Alguns podem até pensar que estou sob efeito de alguma substância alucinógena para afirmar isso, mas garanto minha sobriedade: Lucy e Interestelar são dois filmes que possuem muito em comum, sendo o primeiro muito melhor que o segundo. Vamos para as justificativas.

Lucy e Interestelar possuem muita coisa em comum com 2001, de Kubrick. A diferença é que Nolan fez charminho e tentou esconder ao máximo que sua obra é uma refilmagem escancarada, já Lucy não faz questão nenhuma de esconder suas referências a 2001: do começo, com a retratação de um primata (Aurora do Homem), até o seu final, com o monolito sendo modernizado para um poderoso pen drive!

Enquanto Interestelar foi fantasiado por uma pseudo-complexidade, com excessos de didatismo, teorias sonolentas e uma viagem intergaláctica sem sal, Lucy é bem mais direto ao ponto, simplista e cheio de ação, atingindo um alto nível de entretenimento sem precisar mostrar nada além da Terra. Ah, não posso deixar de comentar a respeito da duração... Enquanto o filme de Nolan possui exaustantes 179 minutos, Lucy tem a metade da duração com um ritmo é dinâmico e envolvente. Isso se deve ao fato de Lucy, além de não se preocupar com o didatismo massante para nerds nível hard, não cair na pieguice dos dramalhões familiares. O único contato de Lucy com algum parente é com a mãe – e ainda através de uma ligação telefônica – e no outro extremo, Nolan filmou um primeiro ato inteirinho só com esses conflitos batidos na família do protagonista, só para justificar o sentimentalismo barato no restante da película.

Falando em protagonista, eis um outro ponto em Lucy leva vantagem. Está certo que McCounaguey é um ator que não pode ser comparado com  Scarlett Johansson, mas em termos de personagens, o da loira é bem mais interessante. Enquanto Cooper não passa de uma mera idealização do herói americano bonzinho, Lucy chega a matar um taxista inocente só pelo fato dele não falar a sua língua.

E para finalizar o texto, vamos falar sobre os finais dos filmes. Se não bastassem as quase 3 horas, Interestelar se conclui da maneira mais vergonhosa possível, como se chamasse o espectador de idiota. Palmas para o francês Luc Besson, que concluiu seu filme com um argumento bem mais crível e contundente. Afinal, aceitar que uma mulher usou todo seu potencial cerebral para voltar/avançar no tempo é bem mais fácil do que aceitar que o tempo é tão relativo que podemos ocupar o mesmo espaço no presente e no futuro (ou seria no passado?) ao mesmo tempo.

20/12/2014

Minha posição sobre redução da maioridade penal, pena de morte e revogação do Estatuto do Desarmamento.

Com relação à redução da maioridade penal para 16 anos e à pena de morte, sou totalmente contra se tais medidas forem encaradas como preventivas, mas concordo que sejam ótimas medidas punitivas. Quem tem 16 anos já pode responder como gente grande por seus atos e criminosos altamente perigosos, que forem julgados como não reabilitáveis, devem receber pena de morte para que o dinheiro, que o Governo usa para mantê-los presos, possa ir para programas assistenciais e ajudar quem, de fato, necessite.

Como já disse, tais medidas precisam ser encaradas como punitivas e não preventivas. Elas em nada colaborariam para melhora dos índices da segurança pública. Para isso, que é algo bem mais complexo, somente o ataque na raiz do problema é a solução: investimento pesado em educação e aprofundamento das políticas de combate às desigualdades sociais. Não se pode deixar de comentar que nosso Código Penal tem de ser completamente revisto e alterado. Atualmente, nossa Justiça acaba funcionando bem para quem é negro/pobre, porém maleável para quem é rico. Um exemplo nítido dessa injustiça é o jovem que continua preso por portar um produto de limpeza em uma manifestação em 2013, mas políticos envolvidos em esquemas de corrupção continuarem soltos ou não chegando a cumprir um período considerável nos presídios. Desta maneira, na atual situação do Brasil, sou contra a implantação de tais medidas punitivas de maneira isolada.

Com relação à revogação do Estatuto do Desarmamento, sou contra. Os que são favoráveis a tal medida, só conseguem idealizar o "cidadão de bem" se defendendo dos criminosos e ignoram o fato de uma arma poder ser utilizada numa briga passional, de trânsito, de bar... Ou então pode acabar encorajando o cidadão a reagir em um assalto, colocando sua própria vida em perigo. Mesmo havendo uma rigorosa avaliação psicológica para decisão da aptidão ou não de uma pessoa portar uma arma de fogo, temos que levar em consideração que a mente humana é complexa demais e que somos guiados, por diversas vezes, pelos nossos instintos. E não podemos comparar nosso país com as nações mais desenvolvidas, por motivos óbvios.

Enfim, esses são meus posicionamentos. Caso queria relatar os seus, deixe um comentário.



08/12/2014

Contradições reacionárias

Hoje não irei dissertar. Elaborei as seguintes imagens para debatermos com relação a essa explosão de reacionários, defensores da Direita política, que aconteceu durante e após as eleições deste ano.