01/09/2014

A injustiça no episódio "Marina Silva e a pauta GLBT"




Alterações no plano de Governo da candidata Marina Silva (PSB), no sábado, um dia após o seu lançamento oficial, geraram grande polêmica por parte dos eleitores, principalmente os do grupo GLBT, pois foram retirados certos pontos como criminalização da homofobia, liberação do casamento entre pessoas do mesmo sexo e distribuição de material de conscientização sobre homofobia nas escolas públicas, originalmente pautadas.

Porém, o que mais me causou surpresa foi o texto original, pois venho acompanhando suas posições em relação aos direitos civis dos cidadãos LGBT desde as eleições de 2010 e estas permanecem iguais até os dias atuais, vide sua página oficial no Facebook. Dias antes da divulgação do plano, a assessoria de Marina respondia questões de internautas com relação a esse assunto com postura idêntica ao texto corrigido no último sábado (30/08).

Para infelicidade de Marina, a correção se deu justamente após o fundamentalista Silas Malafaia ameaçá-la no Twitter, caso ela não de manifestasse até hoje, segunda-feira, 1º de setembro. Mesmo sendo uma mera coincidência, foi aberta margem para desconfianças. A laicidade do Estado que Marina, mesmo sendo evangélica, sempre defendeu passou a ser questionada. Tal desconfiança pode acarretar em estagnação ou até mesmo queda de seus números nas pesquisas eleitorais.

Não querendo defender a candidata, mas sendo justo, afirmo que é perfeitamente compreensível, para mim e para quem vem acompanhando Marina, que o texto original divulgado estava equivocado e destoado das reais posições da candidata e de sua coligação. Meus questionamentos são outros: Quem foi o irresponsável que redigiu um texto errado? Será que alguém revisou antes de oficializá-lo na internet? Se revisou, foi incompetente ou o fez de maneira proposital?

Vale ressaltar que o fato de compreender o texto alterado de Marina não significa que eu concorde plenamente com o mesmo. A homofobia tem que ser criminalizada assim como o racismo é. A demonização dos homossexuais por parte de  grupos conservadores é responsável por milhares de mortes, não só no sentido de homicídio, mas principalmente no de suicídio. Sem falar que quando ela diz que não apoia o casamento entre pessoas do mesmo sexo e se baseia em dogmas do Cristianismo para justificar tal postura, ela demonstra uma total falta da coerência, uma vez que diz reconhecer e defender um Estado Laico.

É preciso questionar vários pontos da campanha de Marina. Mas temos de fazer as perguntas corretas. Ridicularizar a candidata como algumas correntes vêm fazendo é entrar na pilha dos principais adversários (Dilma e Aécio) para desestabilizar sua campanha e seu crescimento. Cabe salientar que, mesmo com adversidades, Marina é a única entre os três principais candidatos que tem uma pauta exclusiva sobre GLBT no plano de governo.

** Segundo informações a pauta originalmente publicada era as reivindicações de militantes GLBT da coligação.

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