20/04/2014

Estatuto da Família: a Escravidão não acabou!

Você acorda cedo e se mata de trabalhar. Na hora de receber, seu salário é entre 1 a 2 salários mínimos. Desconta-se INSS e, na maioria dos casos, percentuais de assistência médica, vale transporte e vale refeição. Seu salário não dá nem para pagar o seu aluguel ou contas básicas como supermercado, água e luz. Tudo é muito caro e tarifado. Brasileiro trabalha de 4 a 6 meses no ano só para pagar impostos. O retorno é quase zero. Sistema de saúde falido, educação deprimente, segurança zero, ruas esburacadas, calçadas intransitáveis, transporte público precário e infraestrutura urbana caótica. Se quiser assinar internet tem que se contentar com um serviço muito caro e de baixa qualidade. Tudo é lento. Rápido somente o trabalhador mesmo deve ser. Se matar e se tornar escravo para sustentar empresários e políticos.

Se a pessoa ganha um pouco mais, Imposto de Renda fica na cola. Afinal,a Receita nunca pode ficar no prejuízo... Ou seja, até mesmo os ricos não estão livres do sistema.  A única diferença é que, mesmo assim, a condição de vida deles é bem melhor do que a de 90% da população.

Quem tem dinheiro, tem tudo. Até felicidade. Quem não tem tenta ao menos ser feliz como pode.

Tudo o que se refere aos direitos do povo é burocrático. Somos acorrentados a este sistema, mesmo que isso passe por despercebido pela maioria. Uma escravidão regulamentada rege nossas vidas. Temos que produzir, gastar e dar lucro ao Governo.

Se somos "obrigados" a aceitarmos essa situação de escravidão econômica, na parte pessoal, humana, temos o direito de sermos livres. Escolher ou não uma religião, vestir uma roupa na qual nos sentimos bem, ser heterossexual, bissexual, homossexual, escolher nossos amigos e montar nossa família em nome do amor...

Infelizmente até na liberdade individual o sistema começa a intervir, ou pelo menos tentar. Eles querem definir o que podemos considerar ou não uma família, com quem podemos nos relacionar e como precisamos nos comportar em sociedade. Mais algemas começam a surgir.

O Estatuto da Família nada mais é do que um projeto com bases cristãs, portanto, mais uma estratégia de aumento de poder da bancada religiosa em nossa política. Aos defensores do Estatuto, só uma observação: Vocês estão erguendo uma plaquinha dizendo "Eu sou um idiota, refém do Estado e da Igreja e quero que todos pensem assim". Marqueteiros voluntários da intolerância e do desrespeito às diversidades de crenças e sexuais.

Religião é questão pessoal. Você segue uma determinada religião. Você tem direito a isso. Só não tem o direito de impor sua religião e dogmas às outras pessoas. Não gosta da ideia de um casal gay adotando uma criança? É uma opinião pessoal sua, mas que não deve, de fato, interferir na vida alheia.

Quanto mais a religião se aproximar do Estado, mais uma nação se aproximará das ruínas.





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