05/01/2015

A falência dos movimentos sociais

A união é a base de tudo, principal quando se fala em luta por direitos e contra as amarras impostas pelo Sistema. Porém, o egoísmo e o excesso de vaidade estão impossibilitando essa união nos movimentos sociais e, além disso, causando racha dentro de cada próprio movimento.

Cada militante quer ter sua razão e considerá-la como absoluta. Assim, temos um movimento feminista segregando quem pode e quem não pode participar do movimento. Para muitas feministas, homens são podem ser feministas e não são bem-vindos na militância. Primeiro que o nome do movimento já está equivocado - feminismo evoca o mesmo sentido negativo do machismo, se diferenciado só por conotar o lado oposto. Prefiro chamar de "Anti-Machismo", assim não causa alusão que movimento seja tão idiota quando o machismo e não dá margem para impossibilitar que homens se digam em prol do movimento. O fato de ter um pênis não possibilita um homem se posicionar contra o machismo e a favor do direito de igualdade às mulheres? Se bem que é inegável a  existência de feministas que não querem uma igualdade, mas sim uma condição de superioridade com relação aos homens (daí sim pode ser chamado de feminismo mesmo). Sabendo dessa onda autoritária de certas feministas, com toda certeza muitas falarão: "quem é você, Matheus, pra falar de feminismo? Um homem cis e branco!". De fato é uma ideia brilhante combater o preconceito com mais preconceito.

Outro movimento nitidamente rachado é o LGBT. O movimento fica mais preocupado em rotular e falar, por exemplo, que gays que sentem "aversão" por vaginas são misóginos e preconceituosos, do que realmente politizar a comunidade. Se tenta politizar, anda falhando gravemente. Basta olhar os resultados das últimas eleições para percebemos que os milhões de homossexuais que participam de Paradas Gays e militam pelas redes sociais se esconderam e elegeram um número risível de parlamentares diretamente envolvidos com as pautas LGBT's, enquanto a bancada conservadora foi ampliada ainda mais. Outra atitude errada de muitos militantes LGBT é fazer um ataque generalizado aos religiosos, o que amplia ainda mais o desprezo à militância. Precisamos criticar líderes que vomitam ódio contra a comunidade, mas considerar que nem todos os religiosos compactuam dos mesmos pensamentos asquerosos. Os cristãos não são inimigos, mas sim os fundamentalistas.
Isso sem falar da construção de esteriótipos entre os próprios integrantes do grupo. Aqueles que se dizem homossexuais, mas que não gostam e criticam afeminados, transexuais, etc. Aqueles que querem impor padrões homossexuais, como, por exemplo, criticar um gay que goste de futebol ou de um rock pesado. Nada adianta brigar por respeito se a gente não se respeita. Nada adianta berrar em redes sociais e não fazer diferença na hora do voto.

E quem pode fazer Revolução?
A estratégia de se lutar por mais igualdade social pregando embate entre as classes sociais é, no mínimo, contraditória. Assim como acontece no Feminismo, entre esquerdistas também há caráter segregador. Termos como stalinistas, troskos, marxistas, etc, são empregados para subdividir os defensores da Esquerda e florescer um embate de quem possui mais conhecimento histórico, de quem está certo ou está errado e quem pode ou não participar de uma "revolução". O lema que todo rico é individualista e não pode revolucionar é muito presente entre o grupo. Sim, a maioria dos ricos não quer nem saber dos pobres, a não ser em explorá-los cada vez mais, mas não se pode generalizar. Agora inventaram o termo Pós-Modernista para esteriotipar esquerdistas que apoiam pautas libertárias, como os direitos LGBT's, legalização das drogas e descriminalização das drogas. Ao criar cada vez mais rotulações ao invés de buscar a união para lutar pelas conquistas, o movimento, assim como qualquer outro, perde a força e vira motivo de piada. O anseio por superioridade e conflitos impede que o ser humano conviva em paz até mesmo com os próprios semelhantes - literalmente falando. Como se ganhar uma batalha se os soldados guerreiam entre si? É exatamente isso que os grandes capitalistas desejam.

A realidade é que o ego cega qualquer pessoas, independentemente de suas convicções. A mistura de qualquer movimento com ego tem um resultado perigoso, que todo mundo conhece.

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