16/12/2012

[CINEMA] Crítica: X-Men 2

Avaliação: ✪✪✪✪

"X2" (EUA, 2003). Direção: Bryan Singer. Com Hugh Jackman, Halle Berry, Famke Janssen, Patrick Stweart, Ian McKellen, Brian Cox.




A luta pela sobrevivência continua...

Se "X-Men - O Filme" já mereceu destaque pelo carisma dos mutantes, pelos ótimos efeitos e pela concisa direção de Bryan Singer, esta segunda aventura consegue ser ainda superior, pois, além de manter ou melhorar todas as qualidades do anterior, é mais movimentada e divertida.

O desenvolvimento dos personagens é mais profundo e o roteiro é bem mais detalhado, ficando ainda mais evidente a metáfora dos mutantes (que representam na vida real, assumidamente, os homossexuais). Aliás, existe um momento onde Bobby vai à casa de seus pais junto de outros mutantes, e sua família acaba descobrindo que o filho é, na verdade, um mutante e não um superdotado. A reação e os diálogos entre os personagens na cena são impagáveis, pois parecia que o "Homem de Gelo" havia assumido que era gay. Esses e outros detalhes deixam bem claro que a intenção dos roteiristas, por de trás da divertida história, é dar uma bela alfinetada na sociedade e governo americanos quanto aos direitos GLBT's.
Ainda dentro do roteiro, existe uma outra observação: Se no antecessor, a história foi construída através de três lados (o do "mal" encabeçado por Magneto, o do "bem" comandado pelo Professor Xavier e o lado "hostil" representado pelos humanos que temem o surgimento de uma nova espécie), em "X2" ela é enriquecida e ganha mais importância. A inserção do personagem William Stryker acaba se encaixando como um quarto lado, uma vez que ele deseja vingança contra Xavier devido a um episódio do passado e aproveita do seu poder político e de seu conhecimento sobre a espécie para colocar em campo um plano que pode aniquilar com todos os mutantes de uma única vez. O personagem também revela detalhes do passado de Wolverine.

Entrando especificamente no mérito das atuações, o elenco continua dando interpretações maravilhosas, se encaixando muito bem nos personagens. O destaque fica para Hugh Jackman, que parece ter nascido para ser o Wolverine e é o mais carismático do longa. Patrick Stewart e Ian McKellen fazem um show a parte, enriquecendo o lado de amizade e rivalidade mútuos entre Charles Xavier e Magneto.

A direção de Bryan Singer é, mais uma vez, consagrada, não só pelo ótimo ritmo e clímax, mas também por dar vida à diálogos envolventes. O cineasta demonstra respeito aos fãs do quadrinho em cada cena construída. Ainda na parte técnica, os efeitos especiais estão em maior quantidade e qualidade. Há momentos incríveis, como a fuga de Magneto da prisão.

O valor da saga "X-Men" é maior do que aparenta ser. Existem temas subentendidos, o tornando muito mais do que uma simples adaptações dos quadrinhos. Os mutantes podem ser comparados com qualquer grupo que já sofreu ou sofrem devido ao preconceito, como judeus, negros, homossexuais... E, além de tudo, diverte como pouquíssimas obras do gênero vem conseguindo ultimamente.

Nota: 8,5/10,0

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